Ocupação Complexo do Alemão - Rio de Janeiro

Em 28/11/2010, seis anos atrás, acontecia a maior operação militar dos últimos tempos e talvez a maior da história do Brasil.

O dia que se seguiu de uma semana tensa na cidade do Rio de Janeiro, algo que não querem chamar de guerra civil há décadas, mas que não tem outra explicação. Se usam armas e veículos de guerra, é uma guerra. O estado contra os agentes do tráfico de drogas e a população, civil, no meio.

Como eu cai nessa:
Fui para o Rio participar de um congresso da ARFOC e como estava por lá, com câmera e tudo, por que não ir acompanhar o que iria acontecer no dia da invasão?
O complexo é muito longe do centro e área nobre/turística, onde a vida seguia normalmente, o que me veio a mente anos depois em Istambul: Em uma rua o pau come e na outra os turistas seguem se divertindo sem nem saber de nada.

Nenhum taxista queria me levar, disseram que me deixariam 1km antes e queriam cobrar a maior grana por isso. Sem chance! Aprendi a ir de metrô até uma estação “próxima” e ao sair da estação encontrei ruas vazias, mas de longe um táxi se aproximava rápido. Andei até o meio das quatro pistas e pedi para parar, também ouvi que seria deixado 1km antes. Ok, vou andar 1km, pensei.  Em poucos minutos porém, depois de algumas curvas demos de cara com dois “caveirões” e eu só disse: Me deixa aqui mesmo.
Era uma das saídas principais do complexo, a parte de trás onde tinha uma grande concentração de blindados do exército e polícia. Polícia Civil, Militar e Federal. Peguei a câmera, vesti o colete e já comecei fotografar enquanto esperava o troco do táxi. Saio, olho ao redor para me localizar e nisso passa um helicóptero voando muito baixo, a ficha caiu. Começou.

Poucos meses antes tinha passado por um curso do Exército Brasileiro sobre cobertura de conflitos, então estava tudo fresco na cabeça. Simulações, treinamento em ambientes virtuais (COD) e feeling deram a segurança para saber como se deslocar, evitando se expor e acredito ter sido o que me tranquilizou, principalmente logo no início da manhã. Em poucas horas todo o complexo estava ocupado; não estava totalmente seguro, mas estava ocupado e o clima de tranquilidade era visível.

Conto mais histórias um dia, para quem quiser ouvir.

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