Desde que descobri que era possível conhecer Chernobyl, essa ideia nunca mais saiu da minha cabeça. Admito que tenho gostos estranhos para algumas cosias. Foram anos de espera até de repente estar lá dando um rolê e pegando uma radiação.
Estar em Chernobyl é como estar em um cenário de filme, às vezes de terror. O mais legal é ver como o mundo seria sem a presença do homem, é uma cidade fantasma... quase literalmente.
Casas de madeira apodrecendo e caindo, prédios ruindo, o mato tomando conta dos espaços, os objetos abandonados na correria de quem fugiu sem olhar para trás, tudo ajuda a deixar um clima tenso como a própria história.
Não se sente e nem se vê a radiação, mas o Contador Geiger, da guia, apita sem parar e lembra, uma das principais recomendações, que é melhor não encostar em nada para não ter perigo de se contaminar e ter que ficar lá mais um tempo cumprindo o protocolo de descontaminação.
No começo tudo te deixa apreensivo, seja um mosquito que entra na van e você fica com medo de ser picado (sem saber se vai ganhar grandes poderes e grandes responsabilidades, melhor não arriscar), passar todo encolhido nos lugares para não encostar no mato, lutar contra a vontade de pegar as coisas com a mão, usar casaco e capuz mesmo com um baita sol, até o passar dos minutos perto do sarcófago do Reator 4 te deixa um pouco pilhado, mas tudo isso também é o que te deixa excitado com o lugar.
Para fechar, uma história de uma das cenas mais bonitas que vi na vida e que não tem foto. No final do dia, na volta, quase todo mundo dormindo na van, de repente uma desaceleração brusca e a guia fala para todos olharem para a esquerda. Acordo meio perdido com a freada e vejo um "bando" de cavalos selvagens, todos dourados pela luz do final de tarde, eram uns 7 ou 8, terminando de atravessar a estrada e sumindo numa entrada do mato.
Mais algumas fotos aqui.